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terça-feira, 21 de junho de 2011

Ação João 2011


O Ação João 2011 foi um verdadeiro sucesso! O evento foi marcado pela organização, alegria e muita animação dos alunos, que arrasaram em suas coreografias. Desde a turminha do Infantil passando pelo Fundamental I chegando ao Fundamental II e Médio, foram momentos de exaltação à nossa cultura e convívio entre a Família e a Escola.
Um dos pontos culminantes do evento foi o casamento matuto e a apresentação da quadrilha “Nordestino si sinhô” que mais uma vez se consolidou como uma das mais belas quadrilhas de Sousa.
Agradecemos a todos que participam e contribuíram para que esta festa fosse esse sucesso. Conviver, brincar e dançar com todos nossos alunos é uma grande felicidade para todos que fazem parte da equipe do Ação.




 



quarta-feira, 1 de junho de 2011

A incrível arte de queimar livros

Cândida Nobre
Jornalista, Publicitária, Mestra em Comunicação pela UFPB

Fahrenheit 451 é um desses livros que traz inquietação. Escrito por Ray Bradbury ainda em 1953, sugere um futuro em que os indivíduos são completamente alienados pelos meios de comunicação de massa e sem qualquer interesse pela leitura. Assim, os livros passam a ser elementos proibidos na sociedade por provocarem sentimentos que nos dispersam do cotidiano mecanicista e da diversão vazia e, por isso, são queimados para garantir a segurança do sistema e o espetáculo. Os responsáveis pelas chamas são os bombeiros, agora acionados para atear fogo, e não mais contê-lo, nas casas que possam ter livros.
É claro que poderíamos fazer inúmeras ressalvas às críticas propostas pelo autor sobre a comunicação de massa, mas quero mesmo me ater a um detalhe: o de que é possível “queimar” um livro de várias formas. Bradbury explica que o politicamente correto e sua lista interminável de solicitações das minorias; a editora fazer cortes na linguagem ou nas metáforas utilizadas por um determinado autor; tudo isto pode fazer o autor criar um não-livro ou, em outras palavras, “queimar” uma obra.
“Existe mais de uma maneira de queimar um livro. E o mundo está cheio de pessoas carregando fósforos acesos. Cada minoria (...) acha que te a vontade, o direito e o dever de esparramar o querosene e acender o pavio. Cada editor estúpido que se considera fonte de toda literatura insossa, como um mingau sem gosto, lustra sua guilhotina e mira a nuca de qualquer autor que ouse falar mais alto que um sussurro ou escrever mais que uma rima de jardim-de-infância”. (Bradbury)
Como leitores muitas vezes temos o péssimo hábito de acumular livros na estante, livros em pdf, livros no e-readers. Compramos, baixamos, pegamos emprestado e nunca lemos, nunca passa de “leitura em potencial”, como lembraria C. S. Lewis. Encontramos uma maneira intelectualizada de “queimar” livros, diria talvez Bradbury encostamo-los em prateleiras e fazem parte da decoração.
Eu mesma ia “queimando a história do bombeiro Montag que, cansado de sua rotina de lançar chamas nos livros, começa a indagar o que contém neles, graças à jovem Clarisse. Comprei “Fahrenheit 451” em abril do ano passado. Comecei a ler e parei, consumida pela rotina. Baixei o filme com a adaptação da obra, produzido por Truffaut, mas resisti bravamente (gosto de ler o livro antes). Finalmente retomei a leitura e o devorei. Seria uma perda irreparável se não o fizesse. Esse eu salvei da fogueira. Melhor para mim.