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Drª. Thalita Tammy
Psicóloga |
Muitos são os pais que se afligem por não conseguirem fazer com que seus filhos desenvolvam o gosto ou, até mesmo, a motivação pelo estudo. Cá para nós, a maioria das crianças vai á escola inicialmente porque os pais não abrem mão disso e também por ser transmitido desde a mais tenra idade a lição de que estudar é uma obrigação, ou seja, um dever.
Mas peraí, será que ao usar as palavras “dever”, “obrigação”, não vamos acabar passando valores meio dúbios para a criança e dando margem para que ela interprete errado como deve ser a sua vida escolar?
Bem senhores pais, acho que está mais do que na hora de revermos esses vícios de linguagem e começar modificando nosso jeitinho de falar com os pequenos pois, como sempre digo, palavras tem impacto e geralmente são interpretadas pela garotada do mesmo jeitinho que são pronunciadas e não tem meio termo, não!
Então, seguem algumas dicas:
1- Melhor do que brigar é criar bons hábitos desde cedo. Valorize e prestigie as tarefas escolares mesmo que estas sejam simples. Fazendo isso, o seu filho vai perceber a importância que seus deveres tem, e desenvolverá o hábito de apreciá-los.
2- Defina um local de estudos. Não precisa ser nada grandioso ou muito elaborado, basta ser limpo, silencioso, arejado e claro. Isso vai ajudar na concentração e facilitar uma maior organização dos conteúdos. Não é indicado fazer tarefas escolares em lugares que possam desviar o aluno do seu real objetivo fazendo com que ele “crie” motivos para adiar ou driblar as tarefas. Fazer atividades no quarto ou em frente à televisão é um exemplo disso.
3- Combine um horário para tarefas. Não precisa ser irredutível, atenda ao ritmo do seu filho. Algumas crianças ficam sonolentas depois do almoço, então pode deixá-las dormir antes de fazer as atividades escolares. Se perceber que ela não renderá depois de brincar muito, determine que a tarefa venha primeiro e em seguida o lazer. Inicialmente, procure lembrar o seu filho sobre o horário de estudar, entenda que você é o adulto e tem que conduzir essa questão. Se ele ficar muito livre pode não render como deveria.
4- Supervisione sempre. Com certeza é difícil ficar constantemente atento as atividades escolares dos filhos depois de uma longa jornada de trabalho, mas para sermos pais isso faz parte! Quando tiver um tempinho, nem que seja por meia hora, olhe a agenda do aluno, veja as anotações, questione o que achar que não foi feito e se for preciso, faça com ele e não por ele.
5- Nenhuma pessoa obedece a tudo sempre. Isso é um movimento natural da vida e não se frustrem ao perceber que seu filho seguiu em determinado momento um caminho contrário. Caso isso aconteça, entre em contato com a escola, fale com os professores se for o caso. Aja calmamente e com cautela. Porém, entenda que se regras foram quebradas é sinal de que algo está errado. Reforce suas orientações ao seu filho, reveja se você não está cedendo demais ou até mesmo proibindo muito. O caminho do meio sempre é melhor do que os extremos!
6- Elogio é a maior recompensa para uma pessoa. Nada melhor do que receber palavras de motivação daquelas pessoas que mais admiramos: pais, professores, avós, irmãos ou colegas de sala. Quando o aluno recebe um elogio sincero, ele se estimula a correr atrás de conquistar mais metas e ser reconhecido. Isso é uma lei natural do ser humano: ser visto e valorizado sinceramente. Mas vejam bem: não é nada honesto elogiar sem motivos só para envaidecer a pessoa!
7- Sejam pacientes! Nem Deus fez um mundo num só dia. A escola também não vai dar ao seu filho tudo que ele precisa de forma integral. Ele também não conseguirá superar suas dificuldades como num passe de mágica. Tentem entender que muitas vezes as dificuldades são como um grande abismo que nos impõe medo até que alguém segure nossa mão e nos diga que não estamos sós. Para isso, a paciência é o grande trunfo!
8- Seja amigo da escola. Se você decidiu que seu filho estudaria naquela instituição, vista a camisa e encare-a como a “melhor do mundo”, pois é ela que fará seu filho crescer! Se tiver dificuldades, consulte a equipe, promova sugestões, converse e tire dúvidas. Se o seu filho perceber sua insatisfação ou críticas negativas, consequentemente ele fará o mesmo e seu rendimento será negativo. A escola não é 100% responsável pela educação, a família também faz parte disso.
9- Não basta seguir essas dicas uma vez por semana. São exatamente as exceções que fazem com que a coisa toda desande. O cérebro humano tende a processar as informações mais agradáveis, então, muitas vezes o que tentamos implantar na nossa casa não deu certo porque em algum momento fomos flexíveis e acabamos “morrendo na praia”. Crianças e adolescentes tendem a permanecer sempre numa zona de conforto, por isso, apresentam comportamentos indesejáveis em algumas ocasiões que são encarados muitas vezes como preguiça, má vontade, desleixo, desmotivação, entre outros.
10- O Ser humano aprende muito por imitação. Se os pais tem o hábito de estudar, ler, valorizar o aprendizado, é bem provável que seus filhos também o façam. Tanto crianças como adolescentes serão mais bem influenciados se crescerem com bons exemplos em casa, se forem condicionados a alimentar o amor pela educação. Por isso, nunca deixem passar despercebidos os êxitos do seu filho e se houverem fracassos, tente ajudar sempre que possível.
